Xilo é um game desenvolvido por alunos do curso de Jogos Digitais da Facisa em Campina Grande, na Paraíba. O jogo foi o vencedor do SBGames em 2011 e ganhou destaque no Festival Games Brasil, que ocorreu em maio. O TechTudo conversou com o designer de games Rodrigo Motta (30), da Kaipora Digital, sobre este jogo de aventura em 2D, criado para mostrar a cultura e o folclore do nordeste brasileiro.
Xilo é um game nacional criado na Paraíba, para mostrar o folclore nacional (Foto: Divulgação)
“Eu venho desenvolvendo uma pesquisa há algum tempo sobre temas nacionais que poderiam ser transformados em jogos. Também se existe um jeito brasileiro de fazer jogos, assim como você reconhece facilmente um RPG japonês”, explicou Motta ao TechTudo. Em várias partes da entrevista, o desenvolvedor mostrou um profundo interesse e respeito à cultura nacional, que muitas vezes nem é considerada como uma visão válida na criação de novos jogos. No entanto, Rodrigo Motta fez uma ressalva: “Uma das primeiras críticas que eu ouvi do Xilo foi uma menina que disse ‘gosto do Xilo porque, antes de ser algo que fala de folclore, ele é de fato um bom jogo’. Esse foi bem o nosso objetivo no projeto. Queremos fazer um jogo legal que ‘por acaso’ trata do folclore”.
Rodrigo Motta se graduou em Jogos Digitais da Facisa, em Campina Grande, fez mestrado na UFPE, em Recife, e está fazendo doutorado em Administração no Mackenzie. Além de ser desenvolvedor na Kaipora, é professor e coordenador do curso de Jogos da Facisa, professor do curso de Design da mesma instituição e consultor do MEC para Desenvolvimento de Jogos Educativos.
Um game cultural feito por cinco pessoas
Com quantas pessoas é possível fazer um Xilo? Rodrigo Motta responde: “Sempre trabalhamos com um grupo de cinco pessoas. Eu faço o design do game e a arte do jogo, como personagens, cenários e história. O Trigueiro Jr. cuida das animações de personagens e cenário, além de também criar personagens. Temos dois programadores, o Diego Braga e o César Augusto. E o André Torres faz a parte de áudio e mixagem”.
Essa equipe de startup, de pequena empresa, foi responsável por um jogo 2D simples, fluido e com os comandos intuitivos, indicados na tela. “Quando você começa a fazer jogos você deve começar com projetos em que você domine boa parte da técnica. Estávamos estudando o 2D na época e o Xilo acabou sendo feito dessa forma”, explicou Motta. O desenvolvedor acredita que, mesmo se a equipe soubesse criar jogos em 3D, o formato do jogo ajudou a contar melhor sua história em xilogravuras.
A história de Xilo
Biliu, o herói do game, diante do Saci (Foto: Divulgação)
“O personagem principal não é um cangaceiro. Mas a roupa de cangaceiro, o gibão, foi durante muito tempo a armadura do nordestino." Rodrigo explica que o protagonista do jogo, Biliu, foi inspirado em um artista da Paraíba. "Ele é um músico muito engraçado que tem uma personalidade muito marcante. Então fiz uma homenagem no game”, disse o desenvolvedor.
Biliu percorre os cenários no nordeste e encontra mitos do folclore brasileiro, como o Saci. O herói deve recolher as xilogravuras (daí vem o nome de jogo) e vencer os obstáculos no game, como em Super Mario Bros. “Queríamos fazer um jogo que retratasse elementos culturais do nordeste num jogo e o nordeste é tão rico neste sentido que ficou fácil fazer isso. Usamos a estética da xilogravura, a música (Baião, Forró), a história (lendas do Folclore e causos) e o cordel como forma de comunicar partes da história”, diz Motta.
Até o próximo Melhor do Planeta
Fonte: http://www.techtudo.com.br/jogos/noticia/2013/06/xilo-mostra-que-e-possivel-criar-jogos-de-qualidade-inspirados-na-cultura-nacional.html
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