quarta-feira, 19 de junho de 2013

Testamos o Snapdragon 800: poderoso chip promete revolução mobile










O Snapdragon 800, poderoso chip com "ar de revolucionário" da Qualcomm, já é praticamente um velho conhecido nosso, embora sequer esteja disponível no mercado. E nós pudemos testar essa fera mitológica durante um workshop realizado pela empresa de Paul Jacobs, realizado em San Francisco, nos EUA. Os resultados? Como sempre, espantosos, colocando à disposição do usuário um equipamento dos sonhos. Mas isso tudo terá um preço.



Demonstração de processamento com o novo Qualcomm Snapdragon 800 (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)
Demonstração de processamento com o novo Qualcomm Snapdragon 800 (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)


Quando a empresa anunciou que trabalhava em um chip que iria rodar (rodar não, aliás, mas voar) a 2,3Ghz, todos no mercado ficaram boquiabertos. A Qualcomm prometeu montar um processador na arquitetura SoC (system-on-a-chip, ou "sistema no chip"), trazendo consigo a capacidade de rodar games em altíssima qualidade, capturar e exibir vídeos e fotos em 4K, reproduzir áudio em Dolby 7.1 e ter conectividade LTE (4G).



E não é só isso. “Apenas cerca de 15% de um sistema no chip móvel é a CPU”, diz Tim McDonough, vice-presidente de marketing da Qualcomm. O montante que sobra é preenchido com uma gama de funções e capacidades que incluem estas listas acima mais outros tantos sensores e características que precisariam de um manual de instruções daqueles bem grossos para explicar. É preciso ver para crer.



Qualcomm mostra o que há dentro de uma CPU (Foto: Divulgação)
Qualcomm mostra o que há dentro de uma CPU (Foto: Divulgação)


Durante os testes com um tablet-protótipo da empresa, os resultados foram animadores. Até demais para serem verdade. O nosso brinquedinho, identificado apenas como “máquina misteriosa” pelo soft de benchmark 3D Mark, vem com a seguinte configuração: CPU Krait 400 quad-core 2,3 Ghz, GPU Adreno 330, 2 GB de memória RAM LPDDR3, tela de 11,6 polegadas e resolução FullHD (1920 x 1080 pixels), com câmera traseira com 12 MP e frontal de 2 MP, LTE, Bluetooth 4.0, Wi-Fi 802.11ac, NFC e GPS, além de uma simpática bateria de 3.400 mAh.



Protótipo misterioso com processador Snapdragon usado nas demonstrações (Foto: Divulgação)
Protótipo misterioso com processador Snapdragon usado nas demonstrações (Foto: Divulgação)


Durante os testes, todos na sala ficaram enfeitiçados com a velocidade, o poder de processamento e a qualidade das imagens entregue pelo protótipo, também conhecido como MDP (mobile development platform, plataforma de desenvolvimento mobile). Foi de tirar o fôlego: a captura de imagens 4K, os games, as aplicações GPS, de processamento de imagem e, sobretudo, Dolby 7.1 nos fones de ouvido (7.1 real, não simulado).



Aplicativos de benchmark usados no protótipo da Qualcomm (Foto: Divulgação)
Aplicativos de benchmark usados no protótipo da Qualcomm (Foto: Divulgação)


Um dos engenheiros da Qualcomm explicou que essa sobreposição de camadas de áudio, visando a criação do 7.1, requer um poder de processamento monstruoso. “Se você tentar rodar isso no seu dispositivo, provavelmente não iria conseguir. E ainda correria sérios riscos...”, diz, em tom de brincadeira. O resultado é fascinante, e mesmo com um fone sem o cancelamento de ruído é possível sentir a mesma sensação de estar em uma sala de cinema.



Ao lado do 7.1, a captura e exibição de imagens em 4K também impressionou. Os MDPs funcionavam sem parar, capturando o trabalho de um pintor e o projetando em uma tela de ultra HD da Sony, sem engasgos e sem atropelos, com suavidade. “O segredo não está na CPU, mas em codificar e decodificar as instruções”, explica o engenheiro. “É claro que, quando as pessoas pensam em 4K, pensam em telas, com imagens bonitas. Mas não é assim. É preciso levar o processador ao limite para trabalhar com esse volume de dados”.



E se, conforme disse Raj Talluri, vice-presidente de produtos da Qualcomm, “o telefone vai começar a substituir coisas que você tem em sua casa, como sistemas de audio, comunicação, fotografia”, uma coisa segue preocupando o usuário: a bateria. Enquanto, por exemplo, o poder de processamento de games evoluiu 43x em cerca de 10 anos, a capacidade das baterias permanece praticamente a mesma. O que acontece é simples: são criados dispositivos mais eficientes.



Vice-presidente de produtos da Qualcomm, Raj Talluri (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)
Vice-presidente de produtos da Qualcomm, Raj Talluri (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)


O Snapdragon 800 parece ser um desses casos. Com uma arquitetura independente e muito espaço para “respirar”, a Qualcomm parece ter achado um caminho para tentar, ao menos, minimizar essa dependência. Mas fatos são fatos e, com um superprocessador desses, certamente a bateria terá que suar sangue para mantê-lo em boa forma.



Um bom tablet pode substituir um notebook? Veja o que os leitores acham do assunto



Durante os testes, nós esbarramos com um pequeno probleminha. Poucos aplicativos estão preparados para tamanho poder. “Nós estamos distribuindo os novos aparelhos com Snapdragon adreno 800 para desenvolvedores de soft por todo o mundo. E esperamos que tudo esteja otimizado. Esse é um grande desafio, lançar produtos que estejam otimizados para os apps produzidos por um ecossistema de desenvolvedores de todas as partes do planeta”, explica Paul Torres, diretor de produto da Qualcomm.



Diretor de produtos da Qualcomm, Paul Torres (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)
Diretor de produtos da Qualcomm, Paul Torres (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)


Para se ter uma ideia, a CPU com núcleos Krait 400 chega a ser 20% mais rápida que a série anterior. Já a GPU Adreno 330 chega a ser 50% superior ao seu predecessor, com a vantagem de rodar tecnologias de ponta, como OpenGL, Directx e OpenCL. E o Snapdragon 800 será capaz de trabalhar com CCDs de até 55 MP, com a capacidade de filmar e tirar fotos ao mesmo tempo.



Além disso, um dado interessante sobre o novo processador é sua integração com plataformas de computação visual (a capacidade de extrair dados a partir de imagens). “A câmera é um aparelho que tem visão, mas não é capaz de retirar nenhum dado dali. O reconhecimento visual de faces é um exemplo”, diz Jeff Bier, diretor do BDTI. Tais operações requerem um poder de processamento completamente massivo, e que geram muito calor. E é exatamente nisso que a Qualcomm foca – até mesmo para evitar celulares “dando pau”, derretendo ou explodindo.



Gráfico da evolução da performance do Adreno (Foto: Divulgação)
Gráfico da evolução da performance do Adreno (Foto: Divulgação)


E, como se não bastassem todas essas características, uma outra especificidade bem interessante do Snapdragon 800 é a possibilidade de trabalhar com o padrão 802.11ac, sucessor do n e do g, e que trabalha com velocidades até 3 vezes maiores, enfim, do que a nossa casa. O 802.11ac pode operar em três frequências diferentes, de forma inteligente, ou seja, inventando o caminho a ser seguido e atingindo velocidades até três vezes maiores.



Pontuação do novo Snapdragon 800 no 3DMark (Foto: Divulgação)
Pontuação do novo Snapdragon 800 no 3DMark (Foto: Divulgação)


Nos testes de velocidade, o que se viu foi uma surra. Os populares e famosos Samsung Galaxy S4, e outros aparelhos, como Sony e HTC, foram simplesmente aniquilados. Basta ver a tabela que dá para perceber que o SD800 tem rendimento cerca de 30% melhor do que o segundo colocado. E um pouco mais do que o poderoso S4 com dual core.



Demonstração de captura de vídeos em 4K pelo tablet com processador Snapdragon (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)
Demonstração de captura de vídeos em 4K pelo tablet com processador Snapdragon (Foto: Fabrício Vitorino / TechTudo)


Seja em jogos, seja em animações 3D, em capturas 4K ou em reprodução 7.1 tudo roda fluidamente. Absolutamente sem sobressaltos. A experiência é única e, pela primeira vez, temos a sensação de que o hardware está na frente do software – ao menos em termos de tecnologia para o grande público. E mesmo as aplicações mais complexas, usadas exaustivamente, não fizeram o tablet virar uma chapa quente. Porém, vale lembrar que os testes duraram apenas algumas horas. E que, durante esse período, o gasto de bateria, grande questão do momento, pareceu estar na média. O triste foi mesmo ter que voltar para nossos gadgets com seus processadores “mortais”...



Imagem térmica dos smartphones (Foto: Divulgação)
Imagem térmica dos smartphones (Foto: Divulgação)



Até o próximo Melhor do Planeta

Fonte: http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/06/testamos-o-snapdragon-800-poderoso-chip-promete-revolucao-mobile.html

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