Tony Stark não é bilionário apenas na ficção. Homem de Ferro 3, em cartaz nos cinemas brasileiros, acaba de chegar ao TOP 5 mais cobiçado de Hollywood – com 1,149 bilhões de dólares faturados* nas salas de cinemas até o momento, o filme já se consagra como a quinta maior bilheteria de todos os tempos. Você sabe quem mais está no topo da cadeia hollywoodiana: James Cameron parece ser autoridade no assunto – são dele os dois filmes mais lucrativos da história, Avatar, com 2,7 bilhões de dólares, e Titanic, com 2,1 bilhões. Nada mal.
Mas, enquanto alguns comemoram o aumento de zeros na conta, outros amargam um saldo negativo igualmente milionário. Para ser considerado bem sucedido, um filme precisa faturar pelo menos o dobro do que foi gasto para sua produção. Por isso, saiba: nem só de sucessos é feita a maior indústria cinematográfica do mundo. Conheça os 10 maiores desastres de bilheteria do cinema**:
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10. Stealth – Ameaça Invisível (2005)
Quanto custou: 135 milhões de dólares
Bilheteria: 76,9 milhões de dólares
Saldo: -110 milhões de dólares (com correção monetária)
Rob Cohen, diretor responsável por filmes como Velozes e Furiosos (2001) e Triplo X (2002), estava acostumado a ver os cifrões acompanharem o volume de explosões e corridas de veículos turbinados em seus longas. O sucesso parecia garantido quando, em 2005, Cohen encabeçou a produção de Stealth – Ameaça Invisível, longa que trazia no elenco Jessica Biel, Jamie Foxx e Josh Lucas como pilotos de caça ultra-qualificados que recebem a missão de impedir que um super-avião de inteligência artificial destrua o mundo. Só que as bombas não se limitaram à telona: o filme foi um fracasso de bilheteria, arrecadando pouco mais da metade do custo total de produção. Como pelo menos 50% deste valor vai para o estúdio, o prejuízo causado pelo filme ultrapassa a marca de 100 milhões.
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9. O Portal do Paraíso (1980)
Quanto custou: 44 milhões de dólares
Bilheteria: 3 milhões de dólares
Saldo: -112 milhões de dólares (com correção monetária)
“O Portal do Paraíso é um erro tão colossal que você pode suspeitar que Sr. Cimino vendeu a alma ao diabo para ser bem sucedido em O Franco Atirador, e que o chifrudo acaba de aparecer para cobrar o combinado”, diz um dos trechos ~mais elogiosos~ da crítica publicada sobre o western em 1980 no New York Times. Em 1978, Michel Cimino havia se consagrado como um nome de destaque no cinema ao arrematar cinco prêmios da Academia com o longa O Franco Atirador, incluindo o Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor. Isso lhe garantiu carta branca do estúdio em sua nova empreitada, um western épico sobre a Guerra do Condado Johnson – conflito entre os barões do gado e imigrantes europeus na década de 1890, no Wyoming (EUA).
Mas o diretor levou a liberdade a sério demais: além de ultrapassar o orçamento planejado tentando fazer valer sua visão ambiciosa, no momento da edição comprou briga com o estúdio para manter total controle sobre o resultado final (seguranças armados mantiveram guarda nas portas da sala de montagem para evitar que os produtores da United Artists o interrompessem). Climão. Finalizado, O Portal do Paraíso foi um desastre não só de crítica mas também de público, com arrecadação de apenas 3 milhões de dólares, menos de 7% do total investido no filme. O rombo no orçamento de mais de 40 milhões (hoje equivalentes a 110 milhões) praticamente levou a United Artists à falência.
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8. Speed Racer (2008)
Quanto custou: 120 milhões de dólares
Bilheteria: 93 milhões de dólares
Saldo: -113 milhões de dólares (com correção monetária)
Speed Racer, remake do anime japonês da década de 1960 encabeçado pelos criadores de Matrix, Andy e Lana Wachowski, dividiu a opinião da crítica: o filme conta com 39% de aprovação no Rotten Tomatoes, termômetro da recepção cinematográfica, sendo chamado de clássico moderno ao nauseante. Em compensação, o carnaval de cores e a ação desenfreada vistos em Speed Racer não parecem ter desagradado tanto os fãs adultos saudosistas que compareceram ao cinema (o longa arrecadou 93 milhões de dólares na bilheteria mundial) mas falhou em conquistar seu principal público alvo, amante de adrenalina colorida – as criancinhas. Como o visual grandioso de efeitos especiais criado pelos irmãos tem um preço, no final do dia a conta não fechou, deixando a Warner Bros com um saldo negativo de 113 milhões de dólares.
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7. Ricos, bonitos e infiéis (2001)
Quanto custou: 90 milhões de dólares
Bilheteria: 10 milhões de dólares
Saldo: -122 milhões de dólares (com correção monetária)
Nem sempre um elenco cheio de estrelas ricas e bonitas arquitetando infidelidades é a receita para um filme de sucesso. Ricos, bonitos e infiéis, longa dirigido por Peter Chelsom, subverteu as expectativas do público de blockbusters: ao invés de trazer adolescentes em dramas e aventuras sexuais, Warren Beatty, Goldie Hawn, Diane Keaton e Gary Shandling formavam os casais do barulho que se envolveram em altas confusões. A ideia pode até ter sido boa, mas não deu certo. O filme, que teve orçamento de 90 milhões de dólares, não conquistou os fãs e arrecadou apenas 10 milhões em bilheteria.
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6. O 13º Guerreiro (1999)
Quanto custou: 160 milhões de dólares
Bilheteria: 61 milhões de dólares
Saldo: -135 milhões de dólares (com correção monetária)
Quando tudo parece fácil demais, é melhor desconfiar. Este teria sido um bom conselho para equipe envolvida na produção de O 13º Guerreiro, bomba estrelada por Antonio Banderas em 1999. O sucesso parecia garantido quando John McTiernan (diretor de Duro de Matar), passou a encabeçar a produção de uma adaptação de Devoradores de Mortos, livro que relata a vida de um povo viking escrito por Michael Crichton, responsável pela obra que inspirou o blockbuster Jurassic Park e pelo roteiro do clássico Twister. O estúdio já estava contando os dias para mergulhar em um mar de cifrões quando receberam o primeiro sinal de problemas à vista: em uma exibição-teste da primeira montagem do filme, a recepção do público não foi nada animadora. #fuén
Para tentar evitar um fiasco, o filme passou por uma série de remontagens, e até mesmo Crichton foi levado para a sala de edição para tentar salvar o longa – uma medida que fez o orçamento do filme saltar dos 85 milhões de dólares previstos para um total de 110 milhões e atrasou seu lançamento em um ano. Finalmente levado para as telonas em 1999, O 13º guerreiro só arrecadou 61 milhões dos 160 milhões de dólares investidos na produção e divulgação do longa, deixando a Touchstone Pictures com um rombo que equivale hoje a 135 milhões.
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5. Marte Precisa de Mães (2011)
Quanto custou: 175 milhões de dólares
Bilheteria: 38 milhões de dólares
Saldo: -138 milhões de dólares (com correção monetária)
Em 2011, a Disney foi pega de surpresa quando uma de suas animações, lançadas em 3D, não apenas se saiu mal nas salas escuras, mas garantiu ao estúdio um lugar no TOP 5 de bilheterias mais desastrosas do cinema. Lançado diretamente em DVD no Brasil, Marte Precisa de Mães conta a história de Milo, um garoto que passa a dar mais valor à sua mãe depois que ela é abduzida por alienígenas e levada para Marte para cuidar de bebês-aliens – enredo chatinho que ajuda a explicar por que ninguém fez fila para ver a animação. O timing parece também não ter colaborado muito para o sucesso do filme: ele foi lançado nos EUA quando Rango (vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2012) e Gnomeu e Julieta ainda estavam em cartaz nos cinemas, e Kung Fu Panda 2 estava prestes a chegar às telonas. No fim das contas, o filme arrecadou apenas 38 milhões em bilheteria, deixando a Disney com um prejuízo de 138 milhões de dólares.
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4. Sahara (2005)
Quanto custou: 240 milhões de dólares
Bilheteria: 119 milhões de dólares
Saldo: -143 milhões de dólares (com correção monetária)
A bilheteria de Sahara provocaria inveja em todos os outros membros desta lista: o longa de aventura e caça ao tesouro estrelado por Penélope Cruz, Matthew McConaughey e Steve Zahn faturou 119 milhões nas salas de cinema de todo mundo – um valor para lá de respeitável, não fossem os bastidores (bem menos respeitáveis) que garantiram ao filme fama e saldo desastrosos.
Uma matéria especial do LA Times revelou que, para a produção do filme, foram gastos surpreendentes 240 milhões de dólares (para facilitar a comparação, Os Vingadores, longa cheio de efeitos especiais e com elenco estrelado teve orçamento de produção de 220 milhões). E para onde foi todo esse dinheiro? Além de salários avantajados para as estrelas, mais de 300 mil dólares foram destinados a “agrados” e “subornos” durante as filmagens no Marrocos; a falta de planejamento fez também com que 2 milhões de dólares fossem investidos na gravação de uma sequência de explosão que nem apareceu na versão final do filme. O resultado final não poderia ser outro: Sahara deu um prejuízo de mais de 140 milhões de dólares.
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3. Pluto Nash (2002)
Quanto custou: 120 milhões de dólares
Bilheteria: 7 milhões de dólares
Saldo: -144 milhões de dólares (com correção monetária)
Na década de 1990, era bom ser Eddie Murphy – e melhor ainda tê-lo no elenco. Nos tempos áureos de O Professor Aloprado e Dr. Dolittle, o ator estrelou grandes sucessos de público e de bilheteria. Mas, na década de 2000, novos ventos sopraram na carreira de Murphy – e nenhum deles soprou tão forte e para um lado tão errado quanto Pluto Nash. A comédia de ficção-científica que se passa na Lua teve orçamento inflado graças ao investimento em efeitos especiais – mas o público não pareceu curtir a viagem espacial e o filme faturou apenas 7 milhões em bilheteria.
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2. O Álamo (2004)
Quanto custou: 145 milhões de dólares
Bilheteria: 25 milhões de dólares
Saldo: -144,8 milhões de dólares (com correção monetária)
Vencedor do Oscar por Uma mente brilhante (2002), Ron Howard estava de olho em faturar um novo prêmio da Academia quando embarcou em O Álamo, produção que recria a revolta ocorrida em 1836, quando soldados texanos lutaram com o exército mexicano para tornar a região do Álamo independente. Mas Howard não ficou por lá tempo o suficiente para ver o desfecho da batalha: o orçamento pedido (de 200 milhões) foi recusado e outros entraves fizeram com que o diretor passasse a câmera para John Lee Hancock. E ele não se saiu tão bem na empreitada. Mesmo com orçamento mais modesto, o filme só faturou 25 milhões de dólares nos cinemas, deixando um prejuízo que equivaleria hoje a 144 milhões de dólares.
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1. A Ilha da Garganta Cortada (1995)
Quanto custou: 110 milhões de dólares
Bilheteria: 10 milhões de dólares
Saldo: -145 milhões de dólares (com correção monetária)
O naufrágio do Titanic não foi nada perto das dimensões colossais deste desastre de bilheteria. Aventuras nos sete mares são um negócio bastante lucrativo (Piratas do Caribe 8 ½ 5 está atualmente em produção), mas em 1995 a maré não estava boa para A Ilha da Garganta Cortada. O filme, que trazia Geena Davis como uma valente pirata em busca de um tesouro perdido, teve orçamento total avantajado para os padrões da década de 1990: foram 110 milhões de dólares investidos em produção e divulgação do longa, que acabou levando para casa apenas 10 milhões arrecadados nos cinemas. O posto de desastre #1 foi reiterado pelo livro Guinness de recordes: A Ilha da Garganta Cortada aparece por lá como o filme que deu mais prejuízo nas bilheterias.
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* Número referente a maio/2013
** Vale lembrar que o lucro obtido nas bilheterias é dividido entre o estúdio, a distribuidora e o exibidor – mas os valores finais desta divisão não são divulgados. Por isso, os prejuízos que contabilizamos aqui são estimativas e não valores exatos. Ou seja: o desastre pode ser ainda maior.
Fontes: Box office mojo; Time; The Numbers, Rotten Tomatoes
Imagens: Divulgação
Até o próximo Melhor do Planeta
Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/10-desastres-de-bilheteria-do-cinema/
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