sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Windows 10: afinal, um menu Iniciar que preste…










Durante a abertura da apresentação sobre as novidades de Windows 10, assunto da coluna da semana passada e da anterior, Terry Myerson, Vice Presidente Executivo do grupo de Sistemas Operacionais da Microsoft, afirmou que Windows 10 proporcionará uma transição imperceptível para os usuários de Windows 8 e de Windows 7.

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Windows 10 (Foto: Divulgação/Microsoft)Microsoft afirma que o Windows 10 proporcionará uma transição imperceptível para os usuários (Foto: Divulgação/Microsoft)

Para quem não vem acompanhando a evolução da versão Windows 10 Technical Preview distribuída aos membros do Programa Windows Insider, também citado nas referidas colunas, as interfaces com o usuário de Windows 7 e Windows 8 são tão diferentes que tal afirmação pode parecer despropositada. Mas para quem, como eu, a vem usando quase desde o nascedouro, ela é perfeitamente compreensível.

Vamos ver o porquê desta minha opinião.

Começando do começo: lá pelos idos de outubro do ano passado, com o programa Windows Insider recém lançado, decidi inscrever-me nele não apenas por dever de ofício, mas por curiosidade. Curiosidade de descobrir como a MS iria tentar resolver a cangancha em que se meteu ao lançar um sistema como Windows 8, tão diferente de seus antecessores e otimizado para as telas sensíveis ao toque, um tipo de dispositivo de entrada que, sem dúvida, apontava para o futuro mas que ainda era relativamente raro, particularmente entre as máquinas de mesa – mercado no qual Windows 7 reina como líder inconteste.

Instalei o sistema em minha máquina auxiliar, mas como não podia me mudar de mala e cuia para ela porque precisava dos aplicativos instalados na máquina de trabalho, por certo período dividi meu tempo entre ambas. Mas as obrigações que me mantinham preso à máquina de trabalho exigiam tanto de mim que minhas visitas à máquina auxiliar, onde reside Windows 10, acabaram rareando.

Pois bem, no início de janeiro passado, quando tive notícia do evento que seria promovido para divulgar as novidades e o novo rumo que Windows tomaria (e que discuti aqui mesmo nas duas colunas mais recentes), decidi dedicar mais tempo à máquina com Windows 10 para me preparar para o evento. E fiquei tão surpreso com a rapidez com que as coisas mudaram e tão encantado com as mudanças que acabei por instalar nela os aplicativos que uso mais frequentemente e cá me aboletei, inclusive para cumprir minhas tarefas de trabalho, e dificilmente retornarei à outra. Esta coluna, por exemplo, está sendo editada nela, com o Technical Preview atualizado para a etapa de desenvolvimento (“build”) 9926. Uma evolução e tanto, já que a primeira a ser instalada foi a 9860.

E porque tanto me encantei com ela?

Bem, para começar o aspecto do sistema ficou mais simples e, com esta simplicidade, mais bonito. As janelas dos aplicativos mantiveram todos os seus elementos, mas perderam as bordas e os cantos arredondados. Os menus ficaram mais “limpos” e, nos aplicativos que a usam (cujo número é cada vez maior) a Faixa de Opção (“ribbon”) tornou-se bem mais singela. E, devido à necessidade de padronizar os principais elementos do sistema e facilitar sua identificação mesmo nas telas mínimas dos aplicativos de pequeno porte, os ícones ficaram mais simples e elegantes.

GPC20150206_1Janela de configurações no Windows 10 (Foto: Reprodução/B.Piropo)

Veja, na Figura 1, como ficou a janela de configurações do sistema. Ela substituiu aquela detestável “Barra de Charms”, que se escondia sob a lateral direita da tela e que, nas máquinas sem tela sensível ao toque, obrigava o usuário a executar uma aborrecida dança com o ponteiro do mause até conseguir “pescá-la” de seu esconderijo. Agora, para abrir as configurações, basta acionar o novo Menu Iniciar (sim, o menu Iniciar, logo falaremos dele) e clicar no ícone correspondente, aquele com a tradicional forma de engrenagem.

Um ponto que vale comentar: se você está lendo esta coluna em uma máquina com Windows, abra seu Painel de Controle e o compare com a Figura 1. A semelhança, garanto, não é acidental. O que significa que a morte do Painel de Controle pode ser esperada para breve, já que tudo indica que ele será substituído pelas “Configurações”, às quais suas funções já foram incorporadas.

Agora, ao Menu Iniciar, assunto pelo qual, presumo, grande parte dos meus preclaros leitores está esperando com indisfarçável ansiedade, já que sua eliminação foi a mais pranteada das alterações introduzidas pela MS em Windows 8 e, por incrível que pareça, razão suficiente para que a um número significativo de usuários se recusasse a abandonar Windows 7. Pois bem: ele voltou, evoluiu e, desta vez, a solução encontrada pela MS me pareceu não somente funcional como também engenhosa e inteligente.

Senão vejamos.

GPC20150206_2Menu Iniciar no Windows 7 (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Em Windows, o Menu Iniciar apareceu na versão 95. Depois foi evoluindo até chegar ao idolatrado modelo usado em Windows 7, cujo aspecto (imagem obtida na Wikipedia) aparece na Figura 2.

Durante anos a fio os usuários de Windows se acostumaram a recorrer à sua entrada “Todos os programas” (na figura, em inglês, “All programs”) quando queriam carregar um programa. Os mais usados podiam ser fixados no painel esquerdo, onde ficavam bem à vista e eram acessados diretamente. Havia uma muito prática caixa de pesquisas na base do painel esquerdo enquanto o direito oferecia praticamente tudo o que o usuário precisava para gerenciar seu computador, desde acesso a documentos, músicas, imagens e vídeos até configurações de rede e itens que exigiam conhecimentos arcanos. E o melhor: tudo isto era configurável, pondo-se nele ou tirando-se dele o que melhor aprouvesse ao usuário. Pensando bem, o menu Iniciar era uma ferramenta de inigualável utilidade e os usuários que ainda o pranteiam não deixam de ter razão: trocar uma maravilha como aquela pela Tela Iniciar de Windows 8, no que toca a mudanças de interfaces, foi um dos maiores dislates dos quais tomei conhecimento neste quarto de século que escrevo sobre informática e tecnologia.

A grita foi geral. Os fieis usuários de Windows 7 revoltaram-se. E os menos fieis se contentaram em não gostar. Que gostasse, mesmo, da Tela Iniciar, não conheci ninguém. E, pior: manter o ícone do Menu Iniciar (ou um muito parecido) e fazer com que um clique nele levasse à odiada Tela Iniciar foi juntar o insulto ao escárnio. E de pouco adiantou alegar que, clicando com o botão direito naquele mesmo ícone, praticamente tudo o que o bom e velho Menu Iniciar oferecia, desde o Painel de Controle até o Gerenciador de dispositivos, reaparecia.

Não adiantou. A turma queria mesmo era o Menu Iniciar.

GPC20150206_3Simulacro do menu iniciar do Windows 8.1 (Foto: Reprodução/B.Piropo)

Então vá lá que seja. Se é Menu Iniciar que querem, tomem lá de volta o Menu Iniciar. E a MS lançou Windows 8.1 com seu simulacro de Menu Iniciar. Aí está ele, na Figura 3, uma repetição da figura usada por mim na coluna publicada aqui mesmo em outubro passado com o título “Windows 10: a triste ressurreição do Menu Iniciar”. Uma solução, digamos, ahnn, como classificá-la? “Porca”, talvez? Talvez não, mas é o adjetivo que me ocorre quando penso nela.

Aquela foi o tipo da solução que não satisfez a ninguém. A quem gostava (se é que havia quem gostasse) da Tela Iniciar de Windows 8.x, não agradou porque na verdade correspondeu a uma redução da área dita tela. A quem sofria da abstinência do menu Iniciar de Windows 7 também não agradou porque apesar da volta da entrada “Todos os Aplicativos” e da caixa de pesquisas, não somente faltava muita coisa que havia no extinto menu Iniciar de Windows 7 como o aspecto era totalmente diferente (apesar das entradas correspondentes aos aplicativos de gerenciamento da máquina continuarem disponíveis ao se clicar com o botão secundário do mause no novo menu Iniciar). E pior: era uma solução do tipo “ou / ou”: ou se operava a máquina usando este desagradável arremedo de menu Iniciar ou se operava a máquina usando a pavorosa Tela Iniciar. Não havia como combinar as duas coisas, o que, afinal, poderia ajudar os usuários a se acostumarem com uma ou outra e aprenderem, com o hábito, a usar ambas. Ou, pelo menos, aquela com a qual melhor se adaptasse.

Pois bem: para a minha (agradável) surpresa a MS achou uma solução inteligente e criativa para o problema que não sei se agradou à maioria dos usuários, mas acho que é a que maior chance tem de fazê-lo. Pelo menos a mim, agradou bastante.

GPC20150206_4Novas funções do menu iniciar do Windows 10 (Foto: Reprodução/B.Piropo)

Aí está, na Figura 4, o aspecto do novo menu Iniciar do estágio (“build”) 9926 de Windows 10. E não se deixe enganar pelo fato de ele parecer tanto com o antigo, mostrado na figura anterior. Vamos analisá-lo para que se entenda a diferença.

A entrada “Todos os aplicativos” lá está, assinalada pela seta 1. É verdade que quem reparou no menu Iniciar estropiado mostrado na Figura 3 deve ter notado que ela também lá estava. A diferença é que a do novo menu Iniciar abre, no painel esquerdo, um conjunto de entradas absolutamente análogo ao que aparece no velho e saudoso menu Iniciar de Windows 7, mudando apenas a aparência dos ícones. Mas a lista de todos os aplicativos e sua estrutura de pastas é exatamente a mesma a que todos estavam acostumados (o da Figura 3 mostrava apenas um conjunto de ícones de programas, sem qualquer estrutura hierárquica).



Até o próximo Melhor do Planeta

Fonte: http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2015/02/windows-10-afinal-um-menu-iniciar-que-preste.html

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